terça-feira, 27 de junho de 2017

O Botafogo tropeçou em seus próprios erros

 A derrota de 2x0 para o até então lanterna Avaí, no Nilton Santos, pode ter sido surpresa para alguns, mas não para muitos alvinegros, acostumados com o Glorioso se atrapalhando em jogos teoricamente dados como mais simples. A síndrome de Robin Hood costuma passear pelas bandas de General Severiano.

 O Botafogo poderia ter terminado a rodada na 3ª posição, caso vencesse, mas acabou fechando a 10ª rodada no 7º lugar.

 Antes da partida muitos alvinegros discutiam se a escalação de Montillo e Camilo juntos funcionaria, mas ficamos sem a resposta, já que com menos de 10 minutos Montillo precisou ser substituído, ao sentir, impressionantemente, mais uma lesão. Em seu lugar entrou Guilherme, que junto com Pimpão e Roger, mesmo buscando manter a maneira como a que a equipe vinha atuando, suas características acabam, naturalmente, por modificar a postura em campo.

 Antes que o alvinegro chegasse com algum perigo no campo de ataque, a equipe catarinense já tinha dois gols de vantagem, conseguidos aos 5 e aos 16 minutos, ambos por Joel, que há poucos dias havia saído de nosso clube. Foram arremates de dentro da área, em jogadas que se iniciaram pelo nosso lado direito de marcação. Pelas entrevistas, ficou claro que os atletas foram alertados sobre a forma que a equipe adversária iria se portar, fechada, explorando contra-ataques, mas, mesmo assim, os espaços que eles tanto desejavam foram deixados.

 Nossa primeira chegada com certo perigo ocorreu um minuto após o 2º gol, quando Camilo cabeceou por cima. Aos 21 Arnaldo arriscou de longe e o goleiro fez difícil defesa. Aos 26 novo arremate, desta vez com Guilherme, para fora, após pegar uma sobra. Aos 34, após escanteio, Igor Rabello pegou a sobra, mas chutou por cima da meta adversária. O domínio alvinegro após o 2º gol foi fruto do recuo da equipe adversária, natural pela boa vantagem conseguida fora de casa.

 Fomos para o intervalo com os 2 gols de desvantagem, devido aos erros de postura, às falhas defensivas no início da partida e às falhas ofensivas, caracterizadas pelas chances não aproveitadas. Voltamos do intervalo com a mesma formação.

 Como era de se esperar, o time catarinense voltou fechado e o Botafogo tentando diminuir. Logo aos 5 minutos Roger recebeu de Pimpão na área, mas teve o chute interceptado para escanteio. O adversário teve uma grande chance aos 9, quando Victor Luis protegeu a bola, aguardando a saída de Gatito, mas vacilou e permitiu que o jogador catarinense tocasse na bola e quase ampliasse.

 O Botafogo abusou dos chuveirinhos e assim foi consagrando o goleiro adversário, que segurava com tranquilidade. Quando o alvinegro tentava chegar em jogadas um pouco mais trabalhadas, levava perigo, como aos 18, quando Camilo tocou na área para Lindoso, que tirou do goleiro e a bola saiu bem perto. Aos 25 Lindoso arriscou o chute, o goleiro se esticou e mandou para escanteio.

 O treinador alvinegro, aos 28, substituiu Camilo, que produziu quase nada na partida e colocou Leandro. Aos 30 Pimpão arrancou em velocidade pela direita, rolou para a área, mas Roger não deu em bola, que acabou sendo cortada para escanteio.

 Partindo desesperadamente em busca de diminuir o placar, espaços eram deixados. Aos 35 um atacante recebeu na área, cortou Marcelo, chutou, a bola resvalou em Rabello, tocou no travessão e saiu para escanteio.

 Aos 38 a última alteração no Glorioso, saindo o zagueiro Igor Rabello e entrando Pachu. Isso mesmo, sinal de desespero total. É duro estar perdendo por 2x0 e ter em Pachu a opção para tentar reverter a situação.

 Nos últimos minutos fomos para o abafa e chegamos em chute de virada de Bruno Silva, aos 43. Aconteceu uma penalidade ignorada pela arbitragem quando o goleiro solou Pachu e ainda tivemos dois arremates de Pimpão aos 46, sendo o segundo de bicicleta, com o goleiro fazendo grandes defesas em ambos.

 Se o time alvinegro criou várias oportunidades, se atuou no campo de defesa do adversário, foi muito pela proposta de jogo da equipe catarinense, após conseguir a vantagem no placar. Criamos muito e não aproveitamos? Prova que faltou qualidade nas conclusões. Goleiro inspirado? Defesas difíceis de fato, em chute de Arnaldo no 1º tempo e nos dois lances de Pimpão nos acréscimos do tempo final. No mais, defesas seguras, mas em jogadas aéreas que fizemos em excesso, mesmo vendo que não estava dando certo, isso por não conseguir trabalhar a bola de forma mais eficiente.

 A equipe esteve muito abaixo do que vinha apresentando. Victor Luis em noite pouco inspirada. Espero poder escrever que Camilo desequilibrou um jogo nesse campeonato, mas hoje esteve apagado demais.

 De destaque mesmo somente Bruno Silva, a disposição de Pimpão e presença do público, os 22.819 torcedores não mereciam o dissabor que tiveram nessa noite.

Cartões

 Amarelo para Igor Rabello.

Escalação/substituições

 Gatito, Arnaldo, Marcelo, Igor Rabello (Pachu) e Victor Luis; Lindoso, Bruno Silva, Camilo (Leandro) e Montillo (Guilherme); Pimpão e Roger.

 Saudações alvinegras.

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