A derrota de 2x0 para o até então lanterna Avaí, no Nilton Santos, pode
ter sido surpresa para alguns, mas não para muitos alvinegros, acostumados com o Glorioso se atrapalhando em jogos teoricamente dados como mais simples. A
síndrome de Robin Hood costuma passear pelas bandas de General Severiano.
O Botafogo poderia ter terminado a rodada na 3ª posição, caso vencesse,
mas acabou fechando a 10ª rodada no 7º lugar.
Antes da partida muitos alvinegros discutiam se a escalação de Montillo e
Camilo juntos funcionaria, mas ficamos sem a resposta, já que com menos de 10
minutos Montillo precisou ser substituído, ao sentir, impressionantemente, mais uma lesão. Em seu lugar entrou Guilherme, que junto com Pimpão e Roger, mesmo buscando manter a maneira como a que a equipe vinha
atuando, suas características acabam, naturalmente, por modificar a postura em
campo.
Antes que o alvinegro chegasse com algum perigo no campo de ataque, a
equipe catarinense já tinha dois gols de vantagem, conseguidos aos 5 e aos 16
minutos, ambos por Joel, que há poucos dias havia saído de nosso clube. Foram arremates de dentro da área, em jogadas que se iniciaram pelo nosso lado
direito de marcação. Pelas entrevistas, ficou claro que os atletas foram alertados sobre a
forma que a equipe adversária iria se portar, fechada, explorando
contra-ataques, mas, mesmo assim, os espaços que eles tanto desejavam foram deixados.
Nossa primeira chegada com certo perigo ocorreu um minuto após o 2º gol, quando
Camilo cabeceou por cima. Aos 21 Arnaldo arriscou de longe e o goleiro fez
difícil defesa. Aos 26 novo arremate, desta vez com Guilherme, para fora, após
pegar uma sobra. Aos 34, após escanteio, Igor Rabello pegou a sobra, mas chutou
por cima da meta adversária. O domínio alvinegro após o 2º gol foi fruto do
recuo da equipe adversária, natural pela boa vantagem conseguida fora de casa.
Fomos para o intervalo com os 2 gols de desvantagem, devido aos erros de
postura, às falhas defensivas no início da partida e às falhas
ofensivas, caracterizadas pelas chances não aproveitadas. Voltamos do intervalo
com a mesma formação.
Como era de se esperar, o time catarinense voltou fechado e o Botafogo
tentando diminuir. Logo aos 5 minutos Roger recebeu de Pimpão na área, mas teve
o chute interceptado para escanteio. O adversário teve uma grande chance aos
9, quando Victor Luis protegeu a bola, aguardando a saída de Gatito, mas vacilou
e permitiu que o jogador catarinense tocasse na bola e quase ampliasse.
O Botafogo abusou dos chuveirinhos e assim foi consagrando o goleiro
adversário, que segurava com tranquilidade. Quando o alvinegro tentava chegar
em jogadas um pouco mais trabalhadas, levava perigo, como aos 18, quando
Camilo tocou na área para Lindoso, que tirou do goleiro e a bola saiu bem
perto. Aos 25 Lindoso arriscou o chute, o goleiro se esticou e mandou para
escanteio.
O treinador alvinegro, aos 28, substituiu Camilo, que produziu quase nada
na partida e colocou Leandro. Aos 30 Pimpão arrancou em velocidade pela
direita, rolou para a área, mas Roger não deu em bola, que acabou sendo cortada
para escanteio.
Partindo desesperadamente em busca de diminuir o placar, espaços eram deixados. Aos 35 um atacante recebeu na área, cortou
Marcelo, chutou, a bola resvalou em Rabello, tocou no travessão e saiu para
escanteio.
Aos 38 a última alteração no Glorioso, saindo o zagueiro Igor Rabello e
entrando Pachu. Isso mesmo, sinal de desespero total. É duro estar perdendo por
2x0 e ter em Pachu a opção para tentar reverter a situação.
Nos últimos minutos fomos para o abafa e chegamos em chute de
virada de Bruno Silva, aos 43. Aconteceu uma penalidade ignorada pela arbitragem quando
o goleiro solou Pachu e ainda tivemos dois arremates de Pimpão aos 46, sendo o segundo de
bicicleta, com o goleiro fazendo grandes defesas em ambos.
Se o time alvinegro criou várias oportunidades, se atuou no campo de
defesa do adversário, foi muito pela proposta de jogo da equipe
catarinense, após conseguir a vantagem no placar. Criamos muito e não
aproveitamos? Prova que faltou qualidade nas conclusões. Goleiro inspirado?
Defesas difíceis de fato, em chute de Arnaldo no 1º tempo e nos dois lances de
Pimpão nos acréscimos do tempo final. No mais, defesas seguras, mas em jogadas
aéreas que fizemos em excesso, mesmo vendo que não estava dando certo, isso por
não conseguir trabalhar a bola de forma mais eficiente.
A equipe esteve muito abaixo do que vinha apresentando. Victor Luis em
noite pouco inspirada. Espero poder escrever que Camilo desequilibrou um
jogo nesse campeonato, mas hoje esteve apagado demais.
De destaque mesmo somente Bruno Silva, a disposição de Pimpão e presença
do público, os 22.819 torcedores não mereciam o dissabor
que tiveram nessa noite.
Cartões
Amarelo para Igor Rabello.
Escalação/substituições
Gatito, Arnaldo, Marcelo, Igor Rabello (Pachu) e Victor Luis; Lindoso, Bruno Silva, Camilo (Leandro) e Montillo (Guilherme); Pimpão e Roger.
Saudações alvinegras.
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